quarta-feira, 11 de maio de 2011

Nostalgia no exílio da alma - Capítulo 1.

Me sinto culpado por tudo que fiz, enquanto vejo todos ao meu redor morrerem. Estamos sendo massacrados. Toda a esperança morreu, e com ela a vida vai junto. Sinto que meu lugar no reino do céus não existe.

Antes de ver a derrota final, tudo aquilo por que lutei desmoronado como um castelo feito na areia, peço perdão, em silêncio.
No silêncio de minha culpa, eu fui salvo.
Quem diria, que depois de morta, a esperança pode ser ressuscitada ?


Sempre necessitei de misericórdia.No momento em que lutava aquela última luta, mais ainda.


Mas isso foi outrora.

Hoje permaneço desconhecido, onde minha vergonha não me alcança, e meus atos nunca serão lembrados.
As palavras que saem de minha boca são ouvidos por poucos.Nunca permanecem no ar, depois de exaladas, nunca mais serão relembradas, ditas ou exaltadas...


O que deve saber de mim ? Sou um homem exilado. Procurei ser um exilado, primeiro, exilado na alma.Esquecer quem fui.Saber apenas o que serei.Depois, exilei meu corpo, partindo paro o interior da Espanha.

Nos meus tempos de glória, fui marido, soldado, amante, guerreiro e um homem conhecido.

Hoje sou apenas um decadente.Para muitos, morto. Remoendo uma vingança que talvez nunca aconteça.









Um comentário:

  1. O exílio faz das pessoas exímios vingadores que lutam por vida e dignidade; e isso independe do tipo de exílio (seja o literal ou os exílios subentendidos).
    Bela narrativa!

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