sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Trágica Marcha

Frígida e pálida está a face da terra,
e caloroso e rubro está o rosto dos homens,
de olhos cerrados e fadados ao não ver,
tateando e não sabendo.

E as águas das correntezas de lágrimas,
atingem o peito de Deus, e a inércia,
deixa o homem que sorri sem destreza
e ele não olha mais ao Olimpo

Mas Minerva ainda olha pelos homens,
com olhos agora repreendidos
mas cerúleos de sempre.





domingo, 20 de novembro de 2011

Ao arrependimento e à musica

Entre os sussurros e as peças musicais,
e a valsa voluptuosa, virtuosa e viciada,
do baile de máscara dos meus umbrais
e da minha alma invertebrada,

Nos capítulos primeiros do Gênesis
em que meu propósito é feito:
a confusão e a mimesis
estou eu, no de Gaia o leito,

Vivo, como um morto,
e coisa ou ação que sou
vangloria-se do meu ato torto,

De imaginar pra onde vou.
Minha Redenção de mim exorto
e choro pela minha vida, que ainda não me matou.




quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Incongruências

"A vontade de falar me corrói as carnes, de me expressar de dizer ao mundo qualquer coisa, talvez cheia de amargor e da falta de solidez de sempre. Hoje percebo que a melhor coisa que eu posso dizer, ou que disse em uma entrelinha qualquer é : Cale-se"

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Carta do Sr Terry Gilian, à um casal de senhores que desconhecia, mas admirava.

"Tudo se resume na morte, não é ? Observo te dia e noite, caríssimo senhor e caríssima senhora, e a cada janela aberta que deixa entrar os sorrisos de Boreas e Zéfiro sutilmente em uma manhã qualquer banhada pelos raios de sol, a cada piscar de olhos que revela novas e novas experiências a ti...Eu o observo, homem. E o invejo, em minha redoma de mim mesmo, que nada consegue imaginar, que pensa apenas movimento por um arreio de opiniões minhas, com apenas os meus olhos, não posso, diferente de ti olhar com os olhos de um rouxinol, ou com olhos de Valquíria, nem muito menos imaginar vidas e organizações de criaturas fantásticas, e principalmente não consigo temer a Morte ! Eu, que não sou volátil como todos pensam, eu vejo a morte de um jeito específico. Mas não consigo nem ao menos supor ou imaginar ou desejar pensar de outro modo.

Sou louco, meus queridos senhores e senhoras... E invejo todo o incômodo de ser São."



quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Velho Diálogo

"O Mal é sempiterno e constante, mas há hoje, e não há tanto tempo, um novo tipo de mal que assola a nós, os homens. Nem eu mesmo sei, filho, quando esse modalidade ( ou porque não um método?) de mal se decidiu a começar a pulular nas almas e mentes de indivíduos que, inegavelmente tinham ambas estas coisas em um estado e natureza racional. Antes, ou talvez não, de me questionar por quem ou por que este mal é causado, lhe digo que isto não é assunto ou interesse desse casual diálogo, comigo em frente a ti e os dois em frente à essa escura mesa de mogno. Não, a força motor de nosso grande mal permanece mais do que oculta e inconspícua, e é de minha opinião que o caráter oculto e muito discreto desta força é, inegavelmente premeditado[...] Falemos então de sua Natureza ! Opaca e ao mesmo tempo com um brilho que, à um olhar inexperiente, lhe ofusca a visão. Sim, dos paradoxos vive essa Filosofia, pois em um paradoxo aposta toda a sua visão cosmológica. Esse Mal, diferente dos outros tipos de Mal, não busca distorcer o bem, ou fazer o Bem ser de sua maneira. Não é como o péssimo músico de uma orquestra, que acaba com as notas, timbres e tons, acrescentando seus extravagantes extremismos e ,em outros momentos, um estranho ascetismo em uma bela e evocativa música ou canção. Na realidade, e não podia ser de outra maneira, esse Mal é um excelente músico, que simplesmente odeia a Música. E nada mais é preciso ser dito sobre sua natureza..."