domingo, 22 de maio de 2011

Contemplando fundo de garrafas

Posso saber o que está atrás desta mesa,
posso contemplar o mistério do que há dentro desta roupa,
consigo definir o que há dentro do reflexo do reflexo do espelho ?

Então porque escrevo ? Se minha tarefa é contemplar,
é evidenciar o mundo. suas sensações...
Como posso poetar, se o poeta me é estranho ?

Simulo um mundo
finjo emoções,
atuo sofrimento.

O mundo que aqui lhe apresento sou eu,
e nem sei o que sou, e se eu o soubesse,
o que saberia ?
Será que saberia ? Será que conheceria...


E a unica contemplação verdadeira é aquela feita ao fundo de uma garrafa,
a da loucura e do ébrio, a unica epifania verdadeira é aquela que se trata das mentiras...


2 comentários:

  1. O seu poema me fez lembrar daquele verso, de outro poema, que diz que o poeta é fingidor, finge até sentir a dor que deveres sente. No entanto, a poesia é mais do que apenas palavras, é na verdade a linha dentro da linha, o significado por trás da palavra e que representa o sentimento do poeta que pode fingir dor ou até mesmo expor ela com a esperança de compreendê-la através de sua poesia.

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