quinta-feira, 23 de junho de 2011

Simples

Simples.
Eu busco ser Simples. E as Ideias de Simplicidade em minha mente se acumulam como a sujeira das ruas mortas e escuras, em dias de torrencial tempestade.
Minha alma é esta rua Morta.Sem nada passando, só o preto de seu piche, o vazio das pessoas que não estão realmente lá.
Não há ninguém em minha alma desértica. Talvez um andarilho perdido, que com sede, morre lentamente, mas ainda sim anda e resiste. Porque andas, nobre andarilho ?
Este andarilho poderia salvar o deserto.
Mas o deserto da minha alma mata o andarilho.
A Esperança é sufocada pela sua sede. Falta-lhe a vida para preencher suas urgências.
Busco ser simples.
Apenas busco.

Os novos homens

Os Homens Novos estão a povoar a terra !
Com sua promessa de Felicidade. De otimismo !
Com suas falsas Verdades, que nos aprazem !
Com suas mensagens de salvação, sem labuta,
sem Nada.
Não a Filosofia ! Não às Leis !
O homem novo irá transformar tudo em Nada.
E o nada é mais feliz do que o Tudo :
Máquina de repressão de um Transcendente Tirano...
O Tempo faz me esquecer dos amores que tive.
O Tempo me curou da minha crise humana
Não, o tempo não é nada.
Nada do que o tempo faz significa alguma coisa.
Nada passa. Tudo fica.
Impregnado em nossas almas.
Colocado lá por nossa natureza.Nunca saem.

Sempre presentes a nos infortunar...
Mazelas humanas, porquê escolhemos a isso ?




segunda-feira, 20 de junho de 2011

Metafísica

(desconforto)
Anda o homem pelo o que chama de tempo,
(desconforto) uma lua ? Porquê ?
(desconforto)Porquê, Porquê ?

Os propósitos da coisas se mostram ao homem
que desconfortavelmente segue sua caminhada.
Ele caminha, ( desconforto) e mais perguntas
mais do mesmo desconforto a lhe avisar:

"SOMOS, SOMOS, TU ÉS"

Hoje anestesiado por si mesmo o homem sente o desconforto
E não faz nada.

Tudo morre ao seu redor, menos ele.

domingo, 19 de junho de 2011

Salmo

Contemplem homens
contemplem todos,
o Amor que move os céus,
a terra e as estrelas
pasmem diante da verdade,
que lhe dará seu corpo,
vocês à possuirão
a amarão,
e no final compreenderão.

Se transformem em verdadeiros Poetas.
Curem-se

sábado, 18 de junho de 2011

Confissões do Mundo

Ouço as confissões do Mundo.
Dentro do meu coração,
que as refletem,em duplicata.
Seu choro permanece, ninguém é são,
Confissão que fere e mata,
Sublime, grotesca, de alguém Moribundo.
Ao morrer eu percebo o mundo também a morrer,
e vejo, apenas vejo e o medo sem esperança,
o medo está lá.
Nas cabeças de senhoras,
no brinquedo da criança,
que pasma o mundo sem se importar.

Sábia criança... Pudera eu não me importar
Pudera eu apenas ver. Só ver e contemplar
Quisera eu ser um Poeta Verdadeiro
Um poeta sem o desconforto.
Um poeta sem a metafísica a lhe cutucar
avisando a ele que ela está ali.
Maldita minha poesia, que contempla e se importa
maldito o poeta, que busca e vê pouco.
Maldito poeta Astígmata,
que vê e vê distorcido,
por isso busca saber...

Pudera eu ser apenas potência.
Pudera eu não ser nada.









domingo, 12 de junho de 2011

Crônica da Morte dos Idiotas Maus

Ok,Ok. Não me venham com esse papo.Esse lugar fedorento já está me dando nos nervos.Aquele miserável que me colocou aqui já está morto mesmo....
O carro com aquela sirene horrível e dolorosa passou vigilante em frente ao lugar onde eu me escondia paciente, mui mui paciente...
Fui preso à uns dois dias por matar um João Ninguém durante um assalto nas ruas frívolas de New York City, oh yeah, sim, méatei mesmo, mas o que que há ? O sujeito iria morrer a qualquer momento daquela sua vidinha de dono de mercadinho porto-riquenho. Fiz um favor à esta cidade imunda e fedorenta...

E mui paciente que estava, passei por alguns lugares de aparência sóbria e bem escura, onde pude me esconder e aproveitar o meu cigarro, ah, como eu amava isso.

E lá que me percebi rodeado de mais algumas pessoas, com a morte sob o luar. Suas vozes pareciam trompetes. Odeio trompetes.

Vieram com um papo idiote de Clube Amoral, tsc, grande bosta, entrarei para esta coisa...
Dizem que me escolheram pela minha maldade e insolência. Esses idiotas pra mim poderiam morrer agora mesmo.

Paramos em estabelecimento qualquer e eles queriam me testar, quanta idiotice, para provar minha capacidade tive que quebrar algumas garrafas em cabeças inocentes de donzelinhas de 14 e 15 anos, com seus esmaltes coloridos e músicas ruins...

Depois de alguma "diversão" como os idiotas costumavam chamar essa coisa de ser mal e um verdadeiro idiota, sabe ? Paramos no que eles chamavam de seu QG. Mais idiotice.

Os idiotas riam e riam mais, enquanto me irritava com sua arrogância.

O que aconteceu depois foi que eles morreram pelas minhas mãos.
Não pelas minhas mãos e sim por um cutelo jogado em uma mesa de seu QG idiota.

Sujei-os todos de sangue, deles mesmos. Pernas pra lá, olhos para lá, depois de alguns gritos sem nenhuma delícia musical, parei, descansei e meu cigarro queimava prazerosamente em minha frente.







quarta-feira, 8 de junho de 2011

Aquele pedaço de carne que talvez fosse sublime.

O relógio bate enquanto batem os martelos em meu cérebro que não pára de me chatear com as idéias confusas, diversas e idiotas mesmo que ele me passa.
Me cansei de olhar para as ruas e ver apenas merda.Vejo apenas merda. Aquela merda moral. Aquela negação de tudo. Eu me canso nos ver apenas negando, seguindo confortavelmente para a nossas casas.
Poderíamos estar por aí, desconfortáveis, olhando para o céus para dentro de nossos corpos impuros e enxergar a alma e tentar sondar os mistérios por traz das essências das coisas.
Sentar em cadeiras relaxantes ? Isto é para o homem moderno que não se cansa de se satisfazer sem ter que sofrer.

FALTA-NOS O SOFRIMENTO. FALTA-NOS O QUE NOS LEVANTAVA DE MANHÃ !

O terror, falta-nos isto. Não saber de nada. Correr milhares de milhas avante para o caminho do aparente do nada, chorar enquanto não tínhamos nada, sofrer pela nossa medíocre natureza humana, tentando melhorar. Não podendo. Sendo apenas aquele pedaço de carne, aquele pedaço de carne que talvez fosse sublime.

ONDE ESTÁ O TALVEZ ?

Morreu, como tudo morreu neste mundo. Está morto.
Tudo está morto.
E os homens não buscam mais nada.

E é o que nos restará.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Noite adentro.

Sentado nesta cadeira
com este pequeno caderno em mãos
com o sofrer por dentro
com a poesia noite a dentro.

É noite, e sob este manto
Soturno, eterno breu estou,
que paira no céu, eterno.
É noite e eu escrevo
É dia e eu escrevo
Na eternidade das coisas
enquanto tudo perdurar
minhas palavras pouco pensadas
de caligrafia escrachada
estarão impregnadas em folhas de caderno

Infortunadas e infinitas folhas
desgraçadas páginas.
Nelas há tudo o que sinto

É noite e esta ânsia de continuar revelando
esta vontade inalienável do gênero humano
que é, por escolher por seu livre(lindo, calmo) arbítrio
sofrer em buscas prazerosas e masoquistas

É dia, é noite, ou simplesmente é
O Meu Propósito é o propósito destes versos,
sem rima, sem propósito.
Sem nada.
Propósito, me deêm propósitos
e ainda apenas um será o meu propósito,
mesmo que me esbalde na beleza,
nos frutos de uma falsa riqueza,
meu propósito estará apenas nas mãos do Absoluto.
Não sei de meu propósito
É dia e enquanto me esqueço da vida
ela alcança um êxtase supremo.

Porém, eu sou algo.
E, inopinadamente para a existência das coisas em geral,
o Ser é.
Serei algo até morrer, onde não há certeza do não-ser.

É noite, e fito com olhos mortos e astigmatas,
uma contemplação.
No meu último ato de misericórdia, encerro esta poesia
mal rimada, mal entoada, escrito por um ser mal-feito.

Poupo-vos de mim
Poupo estas infortúnias
páginas de comportar-me.

( e sempre, a lua cai, é dia, por enquanto)

domingo, 5 de junho de 2011

Tolo, tolo, tolo. Tolo e Misericordioso.

O sotaque terrivelmente francês daquele doutor me irritava profundamente. Conversávamos em minha casa, e no limiar de nossas falas, assuntos fugazes alcançavam nossas mentes. Odeio este homem, planejo matá-lo em qualquer instante.Minha esposa jazia no fundo do mar, com algumas facadas.Este homem teria o mesmo destino.Permaneceria com a mulher que aproveitou, uma mulher roubada.

Ele levanta de sua cadeira, rindo de certa piada que contei.Me levanto, com a vingança espumando pela minha boca. Saco a arma. A arma se encarrega de matar o homem parado em minha frente.

Me sento.

Porque matei ? Porque tirei a vida de um homem ? Não seria maior castigo se ele vivesse ? Não seria maior pena se ele continuasse sua vida medíocre, de promíscuo francês (quase um pleonasmo) nas ruas de Londres ?
Como sou misericordioso... Ninguém entenderia é claro... Poupei-o de um castigo

Tolo, tolo, tolo. Tolo e Misericordioso.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

41 de nós

Enquanto toca a sua gaita, o homem de barba percebe os homens que vem para matá-lo. Poucos de nós restaram, e estamos por aí, jogados nas ruas. Exatamente 42 neste momento, e em alguns minutos seremos 41 de nós. Nós, os que andamos, distribuindo nossas palavras que antes alcançavam ouvidos de pessoas atentas, que gostariam de saber a Verdade.
Sim, somos nós, os que carregam a Verdade. Em nossas mentes ela está. E nada pode nos tirar dela, até agora.
Hoje, nem mesmo o vento, que tocava nossas faces enquanto caminhávamos, ouve as nossas palavras. Se o vento pudesse contar, a Verdade estaria com ele, e nós poderíamos dormir tranqüilos, sem o medo que nos assola toda a noite, desde que, em meados do século xxii a Verdade foi proibida.
Sem nosso propósito, fomos caçados, éramos muitos. Muitos de nós se converteram à nova moda, muito antes da proibição da Verdade, pouquíssimos de nós ainda não haviam-na confundido ou manipulado-a....
O homem que toca pela última vez sua gaita e que ostenta a obesidade digna de comédias hollywoddianas, percebe que a sua morte chegaria naquele momento, quando viu cerca de alguns homens vestidos de terno e gravata. Com o sinal da morte em suas almas e em seus olhos.
O homem barbado saca sua arma, eficientemente, matando três dos homens vestidos em terno, antes de ser eliminado. Calado. Silenciado.
Eu saio de minha casa, tentando pegar algum Sol, inspiração de outros tempo, onde pessoas como nós eram apreciadas.
Sinto minha respiração. O peso da Verdade em meus ombros. Me ajoelho e uma singela oração não sai de minha boca, apenas do meu Espírito.Me levanto preparado, carregando minha arma, com oito cartuchos.

Estou preparado, sentado. Ouço passos vindo de outro lugar da casa.

Quando vejo os corpos daqueles homens, incólumes diante de mim, me encarrego de fazê-los se deitar, em poucos minutos no futuros, esses homens conhecerão a Verdade, quando encararem a face gélida e sentirem as baforadas da morte em seus ombros, ombros leves, sem nenhuma preocupação. Defensores da ilusão...


Ainda somos 41 de nós. Por enquanto.



Poesia


O Poeta
No verso do verso
há sempre olhos atentos
De um sonho, rico tesouro
que mãos pequenas não seguram

No verso do verso
existe um guerreiro,
e seu sangue escorrido por tudo o que ama,
mas mesmo assim, não luta.

No verso do verso há um borrão na existência
um nada sem forma
um poeta.

Ladrão das emoções ocultas, alheias,
artista, rei das verdades meias,
Dono de um coração que não é o dele
Apenas mais uma auto-contradição


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Separados e Vivos

Se eu estivesse em você, você não estaria em mim.
Se eu estivesse em você, meu veneno te aniquilaria.
Se eu estivesse em você, o vazio de minha alma mataria[-te te tédio.
Se eu estivesse em você, meus vícios provocariam-te câncer

Contudo, com você em mim,eu não me importaria de morrer lenta e dolorosamente.

E não é o que fazemos ?
Vivemos, esperamos e depois morremos...
A vida escoou pelas latrinas do tempo,
eu estava em você ?
Você em mim ?

E fomos dois corpos separados e vivos...
Fomos duas almas dispersas e por fim, felizes...