sábado, 16 de outubro de 2010

Soneto

Uns olhos à mim se dirigem.
Olhos expressivos. Olhos de mulher.
Tudo aquilo que Werther tanto quer.
Acorde logo desse sonho, dessa miragem.

Era real, tristemente para a outra pessoa.
Consigo voltar-lhe o olhar ?
Sem ao menos, um pouco, o desviar ?
Era apenas um olhar, nada neles, um olhar à toa.

Queria eu poder ter visto a face daqueles olhos.
A quem eu, ingênuo, imaginei, ser a mim,
tão belos e tão dispostos.

Queria eu poder ter ao menos visão.
para ver, o que era falso, ao menos.
Ou aquilo que está sob os domínios da razão

Um comentário:

  1. Nossa... Estou admirado com a qualidade e a originalidade de seus sonetos. Sempre quis fazê-lo mas me falta inspiração e coesão. Nunca consigo rimar corretamente.. a a b b, e minhas estrofes ultrapassam 2 quartetos e 2 tercetos.

    Belíssimo, assim como todos os outros. O melhor de tudo é que se trata de poemas extremamente românticos, remontando a 2° geração de victor hugo, sem se tornar piegas! Adorei...

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