domingo, 20 de março de 2011

Alguns Poemas (2)

Bobo da Corte

Abobalhado , razão embaçada,
baço com spleen, copo na mão, mão no braço,
passo a beber, besteiras faço.

Em hastes, minha mente faz malabares,
sou o bobo da corte, por ti abobado,
nas abóbadas de teu corpo me fez bobo da corte.

Nas volúpias de teu ser,
embriaguei-me, brinquei,
briguei com meu eu, e bêbado que estava

Perdi minha dignidade.




Não venci

De tudo vi, dali vim, e não venci.
Derrotado por mim mesmo.
Venci e perdi, mas por tal lado ter vencido,
perdi.

(escondo-me em um canto escuro de trevas e lá passo a me desculpar)

Não suporto, o cigarro queima em meus dedos,
De novo, uma derrota,
meus vícios derrotam minhas virtudes.

Seguindo a futura estrangulada,
meu corpo ri na vitória,
enquanto, na derrota, minha alma grita em dores de parto.



Soneto
ps: Apenas a forma, a métrica,não é de soneto.



Das desgraças a mais bela,
dos males, traz o maior bem,
Vem, até esse punhado de pó, vem,
causadora de minha mazela.

Mas tua mazela, me faz um masoquista,
amo sofrer por ti, e só sofrer por ti
amo ter que ver tudo o que vi,
por ti, má, que nas suas bondades ( poucas) me conquista.

E assim, nesse mar rebelde,
com remos quebrados,
sem barca nenhuma,

Danço contigo, uma musa nua,
e tu, está a rir,
prestes a me chutar, em desgraça, na rua.










Um comentário:

  1. Muito rico seu vocabulário...

    Tive que pegar o dicionário para ler o primeiro poema...

    Prefiro coisas mais simples...Mas eles são muito bons...

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