quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Velho Diálogo

"O Mal é sempiterno e constante, mas há hoje, e não há tanto tempo, um novo tipo de mal que assola a nós, os homens. Nem eu mesmo sei, filho, quando esse modalidade ( ou porque não um método?) de mal se decidiu a começar a pulular nas almas e mentes de indivíduos que, inegavelmente tinham ambas estas coisas em um estado e natureza racional. Antes, ou talvez não, de me questionar por quem ou por que este mal é causado, lhe digo que isto não é assunto ou interesse desse casual diálogo, comigo em frente a ti e os dois em frente à essa escura mesa de mogno. Não, a força motor de nosso grande mal permanece mais do que oculta e inconspícua, e é de minha opinião que o caráter oculto e muito discreto desta força é, inegavelmente premeditado[...] Falemos então de sua Natureza ! Opaca e ao mesmo tempo com um brilho que, à um olhar inexperiente, lhe ofusca a visão. Sim, dos paradoxos vive essa Filosofia, pois em um paradoxo aposta toda a sua visão cosmológica. Esse Mal, diferente dos outros tipos de Mal, não busca distorcer o bem, ou fazer o Bem ser de sua maneira. Não é como o péssimo músico de uma orquestra, que acaba com as notas, timbres e tons, acrescentando seus extravagantes extremismos e ,em outros momentos, um estranho ascetismo em uma bela e evocativa música ou canção. Na realidade, e não podia ser de outra maneira, esse Mal é um excelente músico, que simplesmente odeia a Música. E nada mais é preciso ser dito sobre sua natureza..."

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