domingo, 5 de junho de 2011

Tolo, tolo, tolo. Tolo e Misericordioso.

O sotaque terrivelmente francês daquele doutor me irritava profundamente. Conversávamos em minha casa, e no limiar de nossas falas, assuntos fugazes alcançavam nossas mentes. Odeio este homem, planejo matá-lo em qualquer instante.Minha esposa jazia no fundo do mar, com algumas facadas.Este homem teria o mesmo destino.Permaneceria com a mulher que aproveitou, uma mulher roubada.

Ele levanta de sua cadeira, rindo de certa piada que contei.Me levanto, com a vingança espumando pela minha boca. Saco a arma. A arma se encarrega de matar o homem parado em minha frente.

Me sento.

Porque matei ? Porque tirei a vida de um homem ? Não seria maior castigo se ele vivesse ? Não seria maior pena se ele continuasse sua vida medíocre, de promíscuo francês (quase um pleonasmo) nas ruas de Londres ?
Como sou misericordioso... Ninguém entenderia é claro... Poupei-o de um castigo

Tolo, tolo, tolo. Tolo e Misericordioso.

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