terça-feira, 7 de junho de 2011

Noite adentro.

Sentado nesta cadeira
com este pequeno caderno em mãos
com o sofrer por dentro
com a poesia noite a dentro.

É noite, e sob este manto
Soturno, eterno breu estou,
que paira no céu, eterno.
É noite e eu escrevo
É dia e eu escrevo
Na eternidade das coisas
enquanto tudo perdurar
minhas palavras pouco pensadas
de caligrafia escrachada
estarão impregnadas em folhas de caderno

Infortunadas e infinitas folhas
desgraçadas páginas.
Nelas há tudo o que sinto

É noite e esta ânsia de continuar revelando
esta vontade inalienável do gênero humano
que é, por escolher por seu livre(lindo, calmo) arbítrio
sofrer em buscas prazerosas e masoquistas

É dia, é noite, ou simplesmente é
O Meu Propósito é o propósito destes versos,
sem rima, sem propósito.
Sem nada.
Propósito, me deêm propósitos
e ainda apenas um será o meu propósito,
mesmo que me esbalde na beleza,
nos frutos de uma falsa riqueza,
meu propósito estará apenas nas mãos do Absoluto.
Não sei de meu propósito
É dia e enquanto me esqueço da vida
ela alcança um êxtase supremo.

Porém, eu sou algo.
E, inopinadamente para a existência das coisas em geral,
o Ser é.
Serei algo até morrer, onde não há certeza do não-ser.

É noite, e fito com olhos mortos e astigmatas,
uma contemplação.
No meu último ato de misericórdia, encerro esta poesia
mal rimada, mal entoada, escrito por um ser mal-feito.

Poupo-vos de mim
Poupo estas infortúnias
páginas de comportar-me.

( e sempre, a lua cai, é dia, por enquanto)

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